quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Apenas metade.

São tantas caras e bocas,
Expressões faciais que à mim nada dizem,
Tentam esconder por trás, uma criatura torpe
Mascarando os sinais que indicam o vazio que a habita.

É assim que vejo seu jogo de anular,
Colocando pra fora apenas o que é mais fácil.
Com tantos medos, sonhos guardados em pequenos potes,
Que nem caso espatifem-se poderão ser reagruapados.

Exatamente isso que fizestes com tua vida,
Tornara-a um imenso e infindável emaranhado de (in) felicidade,
Começaste com grandes planos, fragmentara-os para facilitar tuas conquistas,
E conquistastes, inutilmente, todos pela metade.
Privação.

A sede que se alastra dentre todos os vasos,
Retrata parte de uma série de desejos que foram esquecidos.
Esquecidos, bem, pois não totalmente os foram,
Mais correto seria pontuá-los como abdicados. 

Remonto-a à sacroscidade do ato,
Que viera para subjugar a necessidade da carne,
Necessidade? Não as pontuaria dessa forma,
Melhor expressaria-me denominando-a libertinagem.

Necessidade, desejo, libertinagem,
Denominar a insana saudade não sei por ora.
Porém a sede que brota de dentro, aumenta a cada segundo,
Tanto cresce, que anseio e temo o momento oportuno
Em que me liberte, para sempre indo embora!



A escassez do Exagero

Ouvi dizer que isso é demais
Só vendo!
Não vai mais saber se isso é real
Só vendo!
Não quero conhecer solidão
Só vendo!

Mas... quando as coisas se encaixam, e nos dois somos mais do que costumávamos ser
Normalmente se escapa!
E com tanto demais acaba por ir,
Sem nem mesmo despedidas!

Ir... Como seria isso?
Se há pouco mal pensava em me deixar!!
Agora ir, Como assim? Para sempre? 
Ir pra longe e esquecer que  houve nós!
Ir... Isso mesmo, pois com o tempo descobre-se que o demais exagera...

E que o suficiente basta por demais.

Escrito com  (8)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A sensação de uma experiência traumática,
Aviva a sensibilidade emocional.
Traz-me lembranças antigas
As quais antes eram de significados parcos,
Agora revitalizam pensamentos e sonhos que há tempos foram despojados.
Vem a mente uma casa antiga,
Não antiga de construção, tampouco vista a tanto tempo assim.
A casa que me traz a memória e os sentimentos
Trata-se de uma morada que nem sabe ser morada.
É nela que habitam aqueles meus sentimentos que se trancaram,
Aqueles que em outras ocasiões busquei resgatar,
Mas que mesmo com todos os esforços e auxílios,
Incentivos e gratificações... Nunca consegui reviver.
Esta casa nunca foi habitada de verdade,
Cheguei a arrumar seu jardim, armei e pintei sua cerca,
Passei um bom tempo convencido de que se fizera a hora de mudar-me para lá,
Porém, como nunca havia passado porta a dentro, qual não foi minha surpresa,
Quando me deparei com um enorme e bonito edifício sem chão!
Hoje, consigo ao menos rever a tal casa,
E realmente acredito na possibilidade de poder um dia habitá-la,
Mas desta vez, não vou pensar em limpar as cercas que o tempo castigou,
Ou refazer o Jardim que tornou-se mato!
Cuidarei do chão, arrumarei o piso e as paredes laterais,
Pensarei nos locais adequados para instalar as janelas, pois é apenas de dentro que se vê o real valor do jardim.
Instalado na varanda, conto estrelas ao invés de carneiros,
Até os gosto, mas irritam-me quando ao pular a cerca derrubam seus pêlos sobre mim!
Deito aqui, divago taciturno... Na certeza de que finalmente reencontrei minha morada!

O menino com medo do mundo,
Corre...Corre... Quase sem respirar;
Corre do mundo, corre da dor,
Desprende-se de si
Vai ao encontro de um ser totalmente novo!

Não pode mais ser menos,
Nem tampouco igual.
Chegou o tempo de ir além!
Aquém nunca mais!

terça-feira, 2 de novembro de 2010


A estória das tuas lágrimas. 

A moça que no canto chora,
Coloca pra fora algo que já não se lembra.
Sozinha, em seu canto ela exterioriza
As dores e marcas de suas vivências.

A moça que no canto chora,
Chora por todos os caminhos que foram trilhados.
E chora, copiosamente sem perceber que o real motivo,
Encontra-se em todos os outros que já foram fadados.

Levanta-te moça, olha-te e verás como és feia,
Com os olhos envoltos neste preto pálido!
Crês que tornando-te vítima dos acasos do destino,
Irás modificar em tua vida todo desagrado?

Choras, choras e choras...
Moça feia, nada fazes senão chorar,
Nem mesmo dá-se ao trabalho de explicar-me o motivo,
Com esperança de que talvez eu possa vir a te ajudar.

Quieta-te então, poupa-me de tuas lamúrias,
Não vê que angústia propaga como a peste?
Quieta-te em teu canto que sigo meu rumo,
Ficas com teus choros que sigo eu com minhas preces.  

E vai-se o cavalheiro deixando a mulher em prantos,
Segue seu caminho achando-se benfazejo,
Mal sabes que a mulher que choras descobrira o motivo,
Que consistia na futura morte do breve companheiro.