terça-feira, 2 de novembro de 2010


A estória das tuas lágrimas. 

A moça que no canto chora,
Coloca pra fora algo que já não se lembra.
Sozinha, em seu canto ela exterioriza
As dores e marcas de suas vivências.

A moça que no canto chora,
Chora por todos os caminhos que foram trilhados.
E chora, copiosamente sem perceber que o real motivo,
Encontra-se em todos os outros que já foram fadados.

Levanta-te moça, olha-te e verás como és feia,
Com os olhos envoltos neste preto pálido!
Crês que tornando-te vítima dos acasos do destino,
Irás modificar em tua vida todo desagrado?

Choras, choras e choras...
Moça feia, nada fazes senão chorar,
Nem mesmo dá-se ao trabalho de explicar-me o motivo,
Com esperança de que talvez eu possa vir a te ajudar.

Quieta-te então, poupa-me de tuas lamúrias,
Não vê que angústia propaga como a peste?
Quieta-te em teu canto que sigo meu rumo,
Ficas com teus choros que sigo eu com minhas preces.  

E vai-se o cavalheiro deixando a mulher em prantos,
Segue seu caminho achando-se benfazejo,
Mal sabes que a mulher que choras descobrira o motivo,
Que consistia na futura morte do breve companheiro.

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