quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os óculos do mundo.  

Quando um sonho parece que não vai se realizar 
E se realiza...
Percebo claramente o efeito negativo dos estereótipos, 
Seu poder de maquiar a transformação do ver em sentir, 
Tornando-o coisa negativamente mutante, desprovida do fantástico.

Diariamente podo parte da capacidade de me iludir,
E embora seja parte do crescer, não me torna mais feliz o resultado da "verdade".  
Com muita tristeza descobri que estas camadas apenas engrossam, Independente do que eu queira,
Dia após dia, as percebo/sinto como se fora por minha vontade. 

Os óculos doados pelo mundo não necessitam de exame prévio,
Ele, em sua infindavel sabedoria nos oferece o qual precisamos,
Aumenta o grau das lentes a cada acontecimento, de forma contínua,
Cuida para não vermos as coisas boas da mesma forma duas vezes,
O que nos causa uma sensação de experiência frente o passar dos anos.

Já assim não as chamo... 
A muito percebi seu efeito sórdido,
Cega-me às coisas para que possa seguir rumo a um manso fim,
Mas quem disse que consigo despojar-me destes tristes óculos?





quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ao Lixo Contemporâneo

Quando a curva da primeira metade dos dias sobressai,
Surge-me a necessidade de expor o contra senso que eclode. 
Serei diferente por ver poesia em todas as coisas de nosso mundo?
Ou será diferente os que nas coisas nada mais vêm do que futilidade?

Creio que os óculos os impeçam de encontrar a leveza,
E que a servidão os fazem escravos da comum ótica,
Porém, se somos todos tão singulares e ímpares seres humanos,
Por qual motivo levaram a cabo a pluralidade das emoções despertadas?

Explico-te, e me... 
Ora, torna-se tão mais fácil  dar cabo do que inusita,
Do que compreender o que frente a mesmice faz-se raro.
Torna-se escasso o que na verdade brota aos montes,
Torna-se hit, o que aos bons frutos mostra-se parco.

O fruto que sobressai é parido da  imbecilidade,
Resulta de eras de desagrado aos grandes mártires,
Afrontas vis aos vultos renomados e consagrados
Que remoem-se e reviram-se em seus leitos violados pela modernidade.  

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O poeta que fala da chuva,
A extrema expressão poética da natureza plagia!
Ainda bem que enquanto transcrevia meu pensamento nessas linhas,
Lá fora era  tempestade e não chuva que caía!
Cegueira emocional.

Ai daquele que no fundo dos olhos de quem ama
Nada mais achas do que amor,
Amor por amor há em tantas estórias
Que assemelham-se quando a essência do que se debate
Trata-se de como e quando acabou.

O pessimista assim o vê... 
Sim, vê, pois o pessimista não sente!
Extirparam-lhe os sentidos ao nascer,
Tal qual da criança chorosa se arrancou o primeiro dente!

Terei moral ou bagagem pra julgar o pessimista
Que chutado fora por todos caminhos por qual passara?
Terei moral para dizer-lhe que o amor está lá, no fundo, como sempre esteve?
Bastando apenas a ele, afastar as lentes, com as quais enxergar demais quisera?

A resposta vem contundente...
Cai sobre mim como fora fruto das linhas que se seguiram,
Mesmo tratando-se do julgar coisa execrada, passível outrora até mesmo de excomungo...
Do auto-julgar ninguém sabe...E cá dentro penso que talvez esta seja uma daquelas perfeitas e secretas ferramentas 
Inatas e escondidas no fundo do nosso interno mundo.

Portanto...Julgo-me capaz de julgar-me,
E a sentença rapidamente vem a meu conhecimento,
Condeno-me a viver cego aos estereótipos,
Que travestidos de tradições e repletos de imposições fajutas, 
A toda forma de amor, rotulam, apossam-se e envenenam.

domingo, 5 de dezembro de 2010


Onirismo tipo II. 

Dos caminhos que por ventura possam me levar a um lugar-feliz,
O teu louco és o que mais me encoraja.
Tentando trilhar as curvas de teu desfiladeiro sem fim,
Sempre findo preso nas armadilhas que preparas.

Se me tentas, por que foges?
Com a destreza de quem conhece bem o caminho,
Somes rápido, antes mesmo que minhas vistas, cansadas e turvas,
Denotem que esconde-se onde o sol escolhera para teu berço.

Não poderia deitar-te em lugar melhor,
Assim como eu, não pudera errar mais na escolha da musa,
Sobes cantando... Provocando minha carne já trêmula,
Não pelo ardor de teu toque, que há muito já esqueci,
Mas pelo ódio que me consome, quando me olhando de cima, percebo teus lábios a sorrir.

Empulera-te em teu paraíso!
Some, cuida para que não precise voltar,
Pois se por acaso algum dia acontecer de sentir saudades,
Juro-te com toda a falsidade de que disponho,
Que ainda se estiveres morta, jamais hei de te perdoar!
     

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Apenas metade.

São tantas caras e bocas,
Expressões faciais que à mim nada dizem,
Tentam esconder por trás, uma criatura torpe
Mascarando os sinais que indicam o vazio que a habita.

É assim que vejo seu jogo de anular,
Colocando pra fora apenas o que é mais fácil.
Com tantos medos, sonhos guardados em pequenos potes,
Que nem caso espatifem-se poderão ser reagruapados.

Exatamente isso que fizestes com tua vida,
Tornara-a um imenso e infindável emaranhado de (in) felicidade,
Começaste com grandes planos, fragmentara-os para facilitar tuas conquistas,
E conquistastes, inutilmente, todos pela metade.
Privação.

A sede que se alastra dentre todos os vasos,
Retrata parte de uma série de desejos que foram esquecidos.
Esquecidos, bem, pois não totalmente os foram,
Mais correto seria pontuá-los como abdicados. 

Remonto-a à sacroscidade do ato,
Que viera para subjugar a necessidade da carne,
Necessidade? Não as pontuaria dessa forma,
Melhor expressaria-me denominando-a libertinagem.

Necessidade, desejo, libertinagem,
Denominar a insana saudade não sei por ora.
Porém a sede que brota de dentro, aumenta a cada segundo,
Tanto cresce, que anseio e temo o momento oportuno
Em que me liberte, para sempre indo embora!



A escassez do Exagero

Ouvi dizer que isso é demais
Só vendo!
Não vai mais saber se isso é real
Só vendo!
Não quero conhecer solidão
Só vendo!

Mas... quando as coisas se encaixam, e nos dois somos mais do que costumávamos ser
Normalmente se escapa!
E com tanto demais acaba por ir,
Sem nem mesmo despedidas!

Ir... Como seria isso?
Se há pouco mal pensava em me deixar!!
Agora ir, Como assim? Para sempre? 
Ir pra longe e esquecer que  houve nós!
Ir... Isso mesmo, pois com o tempo descobre-se que o demais exagera...

E que o suficiente basta por demais.

Escrito com  (8)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A sensação de uma experiência traumática,
Aviva a sensibilidade emocional.
Traz-me lembranças antigas
As quais antes eram de significados parcos,
Agora revitalizam pensamentos e sonhos que há tempos foram despojados.
Vem a mente uma casa antiga,
Não antiga de construção, tampouco vista a tanto tempo assim.
A casa que me traz a memória e os sentimentos
Trata-se de uma morada que nem sabe ser morada.
É nela que habitam aqueles meus sentimentos que se trancaram,
Aqueles que em outras ocasiões busquei resgatar,
Mas que mesmo com todos os esforços e auxílios,
Incentivos e gratificações... Nunca consegui reviver.
Esta casa nunca foi habitada de verdade,
Cheguei a arrumar seu jardim, armei e pintei sua cerca,
Passei um bom tempo convencido de que se fizera a hora de mudar-me para lá,
Porém, como nunca havia passado porta a dentro, qual não foi minha surpresa,
Quando me deparei com um enorme e bonito edifício sem chão!
Hoje, consigo ao menos rever a tal casa,
E realmente acredito na possibilidade de poder um dia habitá-la,
Mas desta vez, não vou pensar em limpar as cercas que o tempo castigou,
Ou refazer o Jardim que tornou-se mato!
Cuidarei do chão, arrumarei o piso e as paredes laterais,
Pensarei nos locais adequados para instalar as janelas, pois é apenas de dentro que se vê o real valor do jardim.
Instalado na varanda, conto estrelas ao invés de carneiros,
Até os gosto, mas irritam-me quando ao pular a cerca derrubam seus pêlos sobre mim!
Deito aqui, divago taciturno... Na certeza de que finalmente reencontrei minha morada!

O menino com medo do mundo,
Corre...Corre... Quase sem respirar;
Corre do mundo, corre da dor,
Desprende-se de si
Vai ao encontro de um ser totalmente novo!

Não pode mais ser menos,
Nem tampouco igual.
Chegou o tempo de ir além!
Aquém nunca mais!

terça-feira, 2 de novembro de 2010


A estória das tuas lágrimas. 

A moça que no canto chora,
Coloca pra fora algo que já não se lembra.
Sozinha, em seu canto ela exterioriza
As dores e marcas de suas vivências.

A moça que no canto chora,
Chora por todos os caminhos que foram trilhados.
E chora, copiosamente sem perceber que o real motivo,
Encontra-se em todos os outros que já foram fadados.

Levanta-te moça, olha-te e verás como és feia,
Com os olhos envoltos neste preto pálido!
Crês que tornando-te vítima dos acasos do destino,
Irás modificar em tua vida todo desagrado?

Choras, choras e choras...
Moça feia, nada fazes senão chorar,
Nem mesmo dá-se ao trabalho de explicar-me o motivo,
Com esperança de que talvez eu possa vir a te ajudar.

Quieta-te então, poupa-me de tuas lamúrias,
Não vê que angústia propaga como a peste?
Quieta-te em teu canto que sigo meu rumo,
Ficas com teus choros que sigo eu com minhas preces.  

E vai-se o cavalheiro deixando a mulher em prantos,
Segue seu caminho achando-se benfazejo,
Mal sabes que a mulher que choras descobrira o motivo,
Que consistia na futura morte do breve companheiro.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Por que escrever? 

Em um clarão que surge nas trevas de meia existência vã
A luz apresenta-me a realidade,
Durante um segundo contemplo-a de forma descrente,
Para novamente ver-me cego frente sua brutalidade.

Espero ansioso por tal luz novamente,
Mantenho-me em ócio, impedindo assim que não passe desapercebida,
Sento, escrevo, releio, apago,
Chateia-me pensar que talvez pra sempre esteja perdida.

Surge então um lampejinho... Carente de algo que o atice,
Experimento um estado ora concentrado, ora relaxado,
Com isso, sei que no final o lampejinho se inflama,
Mantenho-me atento, para que por ele não acabe queimado.

Face à luz, faz-se a luz... À luz, os sentimentos de verdade,
Trazem consigo revelações que foram esquecidas com o tempo... 
Já não identifico no que surge as coisas que sei,
Mas vejo muito claramente, ali, um pouco do que sinto.

Lanço à luz, a mim mesmo...
Apresento-me à realidade.
Assim ajo, não por vaidade, saudosismo ou outra besteira qualquer,
Assim ajo, pois apenas dessa forma, poderei conhecer-me de verdade.







terça-feira, 12 de outubro de 2010






Entender um Poema.

A cada Verso escrito,
A cada estrofe finalizada,
Em cada título pinçado do fundo do sentimento do poeta
Jazem as guerras de seu mundo interno.

Imaginas tu o real significado de uma ode de Ricardo Reis?
Mensuras quanto amor se esconde por trás
Dos poemas de Vinícius de Moraes?
Sofres como quem abandonara
Há tempos, uma bela senhorita chamada Getrúria?

Sentimo-nos como eles quando lemos suas obras?
Creio que não... Pois apenas quem escreve...
E escreve o que sente, não o que pensa...
Sabe dar o real valor as linhas que se desenrolam
Sem se preocupar se corretamente pontuou as sentenças.

domingo, 10 de outubro de 2010

Certa Feita, Cazuza disse o seguinte:


"Cantando a gente inventa. Inventa um romance, uma saudade, uma mentira... Cantando a gente faz história." 




Escrevendo também... isso não é real!

sábado, 9 de outubro de 2010

O caminho das pedras

Quando as coisas erradas acontecem,
A primeira coisa que fazemos é maldizer do caminho.
Esquecemos, porém que na maioria das vezes,
Somos nós quem controlamos nosso destino.

É minha a decisão de qual rumo tomar,
Por vezes me precipito... paro, volto.
Trago lições para não mais errar,
E novamente inicio.

O que importa, não são quantas vezes voltar,
Nem tampouco o que as pessoas vão dizer disso,
O que importa, verdadeiramente, é saber a hora de parar...
É estar sempre pronto para encarar e contornar aqueles precipícios.

domingo, 3 de outubro de 2010


Latente.

Daquelas tardes quentes
Nem o suor sobrou,
Contanto que te contentes
Afasto-te desta dor.

Traga-me água, digo a Quitéria,
Traga-me água, pois tenho sede.
Traga-me água sem mais demora,
Traga-me água pra meu deleite.

Das tardes cinzas, sobraste o cinza
Parece muito, mas digo que não o é.
Das tardes cinzas o importante era a tinta
Com as quais pintavas meu mal-me-quer.

Traga-me o almoço, digo a Quitéria,
Traga-me o almoço, pois tenho fome.
Traga-me o almoço pois tú não sabes,
Que sem sustento desfaz-se o Homem?

Das noites frias ficaste o cobertor
O do corpo, pois o da orelha levaste,
Ora pois, se foi-se, foi-se porque encontrou
As tardes quentes em outras partes.

  

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


Refúgio.

Na vastidão do meu universo descobri algo extremamente relevante,
Descobri que voltando dois passos ainda posso ver o começo! 
E advinha... tentei dar mais um, para ver se iria mais longe...
E ainda assim podia ver o começo.

Percebi que o começo não vai sair dali... 
posso dar cem passos... Passado pouco, me perderei de noventa e oito...
Mas os dois primeiros... Ali estarão a contento.

Parece assustador, eu sei.
Ter sempre alguma coisa em seu encalço,
Mas se olhares pra tras irás ver
Que segue-te também teus dois primeiros passos!


Em uma madrugada qualquer

Na noite gélida a quentura de um corpo me assusta,
O arrepio que transcende o meu,
Pousa em seguida no ambiente...
Através de sons ininteligiveis...
Me faz estremecer,
Já não sei se alarmado ou aliviado.

Experimento


De um entrave surge um desenlace...
Que consigo, traz mais quatro entraves.
Eita vida desatinada!... Uma hora se sabe...
E quando vai dar conta...Não sabe mais nada...

Quando a coisa toda acontecer
E surgir sentimento onde não tem,
Ai todo mundo vai ver...
Quem de quem vai ser refém...




Fase

Encostado nessa árvore fria
Que certamente tem o triplo da minha idade,
Começo a pensar naqueles dias
Quando da de hoje, tinha apenas metade... 

Meu lugar não seria cá embaixo,
Estaria trepado... Catando goiabas... 
Ou quem sabe desenroscando uma pipa.
Hoje com menos fôlego
Me recosto e escrevo minhas poesias.

E se nela subisse? 
Com tanta gente ao redor...
Aposto que diriam que sou louco,
E tratariam logo de me censurar.

Afinal, estou na faculdade... É lugar sério...
Onde se aprende coisas realmente importantes
Mas se cheguei até aqui...sem dúvidas,
Grande parte devo as tardes
 Trepado naquelas árvores.




Na base da minha poesia
Nada mais encontras do que desespero,
Mas... tudo é tão sublime...
que chego a gostar de tê-los.



Tédio

A Chama que arde nas pessoas
Não mais me contagia
O Porquê de tal fato 
Não cabe a ninguém entender
Posso eu ser feliz...
E estar em paz com o mundo...
Sem para isso que todos tenham que saber?  

domingo, 5 de setembro de 2010

Criar sem Provocação...Sem desafio...Criar porque sente... como disse em um outro poema... Criar porque exala... Esse é o propósito da "minha" poesia... não fosse assim não faria sentido...e como disse na mesma ocasião... Não mais estaria sendo verdadeiro.

Poeminha de jantar.

Há pouco tempo uma maior era pequena
Porém hoje, da menor sobra metade.
Entristeço-me por nunca imaginar que pensaria
Uma coisa triste assim ainda com minha idade.

Foi palco de risadas muito altas,
Também ali vi pessoas queridas chorar.
Discussões violentas, insultos dos mais baixos,
Que hoje nem vale a pena relembrar.

Éramos seis, passamos a cinco e rapidamente a quatro,
Hoje em três tentamos seguir da melhor maneira.
Três foram com festa... Uma com tristeza... Uma voltou.
Para com nos dois dividir essa imensa mesa.
O que espero de ti


O que espero de ti difere do que encontro no mundo,
Espero que sejas rara, breve e suave
Que tenhas cheiro de chuva e gosto de chocolate.
Quero que tomes conta dos espaços e altere tudo.

O que espero de ti não é nada que já não me ofereças,
Raramente sumindo, brevemente voltando com a suavidade de sempre.
Infestando meu ar com seu cheiro, e beijando-me com gosto de bombom.
E me abraçando de uma forma que faz-me sentir como se fora apenas sua extensão.




Amnésia consentida. 


Busco sempre a tal resposta certa
Corro em círculos por várias vezes
Vou pra cama ressentido por não mais conseguir pensar,
Na esperança de que o amanhã a torne mais fácil de encontrar

Renasce o sol e logo me levanto,
Custo a relembrar com o que dormi refletindo.
Em meio a uma xícara de café surge-me uma resposta
Que por alguns minutos ainda vai permanecer insistindo.

Vou para meu trabalho, me envolvo em outros afazeres
Perco o foco daquela decisão tão importante,
Finda o expediente... Volto pra casa cansado,
Busco na mente a tal resposta, e acabo pelo sono, mais uma vez derrotado.



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Crux Credo.


Cruz Credo? Não... Não diria isto
Em nome da Crux muitos matam e outros tantos morrem
Prefiro dizer bom dia natureza
E lutar pela preservação de suas belezas.

O Credo não descartaria
Pois credo em algo muito elevado a mim
Porém como julgar a crux elevada, se tuas palavras causam tanta desunião?
Acredito, faço o bem, respeito a todos... 
Mas ajoelhar-me perante tal crux...Isso não.



Momento Narcisista.


Se quando amo vivo,
Uma dúvida paira em minha cabeça:
Ao manter-me amando, manter-me-ei vivo?
Ou ainda assim hei de perecer?

Pensando como poeta
Morreria no instante em que o amor findar,
Como simples mortal
Não choraria e iria a outros me entregar.

Melhor ser como os poetas,
Porém com um amor redirecionado.
Amarei a mim apenas
E quem sabe o morrer nunca venha.



Desejo


Desejo, Vontade, Anseio
Um apanhado de sensações instigantes,
Enche-me a boca d´agua,
Diariamente, e em vários instantes.

Todos os sentidos desperta-o,
Se vejo... Desejo
Se cheiro... Desejo
Se ouço... Desejo...
E desejo também em suas ausências.

O único sofrido é o que vem da memória
Aquele que tento reviver, mas não consigo,
Desejo, Vontade, Anseio...
É apenas para saciá-los que eu vivo.



A espera da flor.





Enquanto a primavera não chega,


Coloro meus dias com um bom livro.


Aqueço meu coração com boa música,


Mantenho a casa florida com belos quadros.





Enquanto a primavera não chega,


Aproveito o friozinho para descansar.


Relaxo em meu leito quente,


Resmungo quando chega a hora de acordar.





Ah! Mas quando chegares,


E instalares em meus olhos um prisma de infinitas cores,


Poderei novamente florir meu jardim,


E aproveitar tua companhia como merecemos.



Semeando Versos





Quando lá fora a penumbra impera


A vida oferece-me um convite para criar.


Seja em absoluto silêncio, ou ao som dos bichos noturnos,


As palavras me vêm mais fácil sob o luar. 





Sob a luz do dia escrevo,


Mas apenas na madrugada é que me passo.


Pois sem o orvalho ou as cervejas num bar,


Por vezes as palavras teimam em me faltar.





Pensando bem a antemanhã não é mais importante que o dia,


Durante este vivencio


E graças a fertilidade da madrugada,


Tudo acaba em forma de poesia.




Sob efeito 


Hoje já não sei o porquê
Não encontro explicação para tanto tormento
Afinal, foras-te com outro por minhas falhas
Mesmo sabendo de meu arrependimento

Sem querer deixei-te de canto
Sem perceber já não cuidava de mim
E mesmo assim sem nenhum pudor
Lançaste-me o castigo mais traidor.

Hoje percebo que nunca a conheci
Que os beijos apaixonados e as palavras de carinho eram apenas disfarces.
Pois quem ama de verdade não se deita com outro
Só por causa dos efeitos de algumas doses.





Certeza Incerta.


Disseram-me uma coisa
Uma coisa sem sentido
Falaram que apenas a morte
É a certeza do destino.

Tolos, que não vêem as outras certezas
Como a do amor que se parte
Dos desejos não realizados
Ou das lágrimas derramadas.

Se ao nascer, a única certeza fosse a morte
Não teria tantos motivos para chorar
Pois saberia que quando minha hora chegasse
Do tempo que se fora só teria o que comemorar.





quinta-feira, 2 de setembro de 2010



Descobrimento


Descobriram uma terra distante
Uma terra povoada por criaturas estranhas
Não são gente, tão pouco bichos
Andam nus e não sabem falar.

Chamaram-lhe índio... Por falta de opção
Chamaram-lhe nativo por nascença
A nomenclatura já não lhes importará
Visto que de qualquer forma virarão lenda.

Misturaram-se a eles, demonstrando solidariedade
Ensinaram-lhe algumas coisas e tiraram-lhes tantas mais
Catequizaram seus filhos transformando-os em índios de mentira
Que hoje ao invés de festas a Guaraci e a Jaci, tecem preces humilhantes a santos invisíveis. 




Ps* Poesia criada para participar do 1° desafio da roda de improviso, postada em 02/09 na comunidade do N.O.P - Nova ordem da Poesia. Provocação: Índio de mentira.
O Fim não é tão Fim.

A vida e eu tinhamos um acordo
Não a provoco e ela me mantém
O problema é que por vezes 
Brincando ela me faz refém.

Pressiona-me contra si e contra o mundo
Na maioria das vezes conseguia fazer-me mudo
Até que me pôs no limite das provações.

Enfureci-me, bradei que não a queria mais...
Tentei em vão por um fim nesse trato de loucura,
Desafiei-a e hoje falo pra ti, amigo
Que só depois disso pude sentir sua doçura.


Ps* Poesia criada para participar do 1° desafio da roda de improviso, postada em 02/09 na comunidade do N.O.P - Nova ordem da Poesia. sob a provocação: Tratado de Loucura.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Copiando e colando para os dias de pouca inspiração (2)


Dias Não Menos Dias

Chora-se com a facilidade das nascentes

Nasce-se sem querer, de um jato, como uma dádiva
(às primeiras virações vi corações se entrefugindo todos
ninguém soubera antes o que havia de ser não bater
as pálpebras em monocorde

e a tarde
pendurada ro raminho de um
fogáceo arborescente
deixava-se ir
muda feita uma coisa ultima.
         
                                           
                                           Ana Cristina César

terça-feira, 17 de agosto de 2010


Círculo.

Pesa sobre mim
O fardo de minhas escolhas.
Tanto as recentes como as reclusas,
Habitam minha complexa existência.

Pesam sobre mim
Todas as palavras proferidas,
As músicas ouvidas...
E os textos que li ou redigi. 

Arrasto por ai um ser marcado
Por atos, fatos e contatos.
Despejador de atitudes nem sempre sensatas,
Que voltam e moldam o que apresento como eu.

domingo, 15 de agosto de 2010

Não pretendo ser poeta.

Não pretendo ser poeta
Espero apenas aliviar-me a alma
Se achas o que escrevo desinteressante
certamente não se interessa por meus sentimentos.

Por ora o que desejo é expor o que sinto
O que desejo, o que diz-me a voz de dentro
quando não mais seguir neste caminho,
Certamente não mais estarei sendo verdadeiro.

Por tão nobre finalidade não me prendo a regras
Seja de estética, rimas, acentuação ou métrica,
Porém quando surgem-nas como posso refutá-las?
Se o que busco é exatamente exteriorizar o que de mim exala. 

Férias!

Amanhã às 8h estarei entrando em uma (curta) fase completamente nova para mim, estarei em férias do trabalho. Pode parecer que isso não seja nada de mais, porém , pra quem trabalha há 8 anos e nunca teve um descanso remunerado isso se torna um acontecimento ímpar!
O roteiro está sendo preparado com bastante afinco, apesar de saber que não vou conseguir cumprir nem 50% do que estou planejando, ainda estou muito animado.
Programações como a Bienal do livro e um tour pelos espaços culturais de São Paulo estão na lista para essa semana, sem contar é claro em mais uma visita a um lugar que tem me trazido muita descontração e inspiração nesta nova fase, lugar em que encontro gente como eu, fazendo coisas maravilhosas... o que tira completamente aquela sensação de impotência (!?) que o mundo nos impõe ao retratar a arte como algo distante.
Sinto como se estivesse renascendo, no mesmo sentido histórico-social-cultural-religioso do final do século XIII, estou extremamente feliz com essa mudança de ambiente que tenho me proporcionado nos últimos dias, o que acaba por me tornar meio que desiludido quando retorno à minha cidade dormitório, na qual em pleno sábado estou aqui trancado em casa com tanta coisa boa nesse mundo a fora. Tudo bem, vou aproveitar a noite para colocar a leitura em dia, assistir a um bom filme e quem sabe escrever algo para postar aqui.
Informações sobre as férias certamente serão postadas nos próximos dias...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010


Engolir, Degradar.

Os olhos dizem verdades
Os corações as sentem
Os ouvidos anseiam por ouvi-las
E a boca, majestosa em sua singularidade
Egoísta...
Esconde-as dentre duas alvas fileiras polidas.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Copiando e colando... para dias de pouca inspiração!



"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. 
Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar 
pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta."

Adélia Prado

terça-feira, 27 de julho de 2010

A magia do tempo que não muda coisa alguma.

Da adolescência era o desejo
sempre a cruzar meu caminho 
cabeça baixa, olhar mudo.
Passam-se os anos, ressurge do nada
provocando, evocando e por fim
se esvaindo.

Trabalho

Aos olhos dos outros é simples
aos meus sentidos, absurdo
entristece-me pensar que existe de outra forma
exatamente como projeto no mundo.
A sensação do impossível aflige minhas idéias
causando tormenta, descontentamento e um pesar profundo.
Sobre o querer/Sentidos

Imagens, vozes... 
Não sei de onde vêm
Cheiros, gostos, toques
me levam mais além

O que se vê, há de querer tocar
é aí que a voz surge pra censurar
portanto, sigo apenas cheirando
e olhando
 e ouvindo

Enquanto houver sentidos
saberei onde levará qualquer caminho
se malfadado for e deixar de os perceber
não mais haverá motivos para  querer.

Introdução ao pensamento de um estudante de psicologia (por um próprio)

Uma dúvida paira na cabeça de todos os principiantes dos estudos em psicologia. A pouco tempo eu me perguntava, e pra ser sincero ainda me pergunto: Qual a abordagem principal? 
Acredito que isso seja realmente uma questão secundária para o momento, pois em um ano de efetivo estudo em psicologia, já me apaixonei por pelo menos três formas de abordagem, sem contar o prazer da leitura de fragmentos que outras tantas me proporcionaram.
Talvez, a maior qualidade que um postulante a psicólogo deva apresentar seja a curiosidade. A curiosidade aguça os sentidos, aumenta a percepção e nos leva a mundos novos, que em sua ausência provavelmente nunca conheceríamos. É por meio dos questionamentos surgidos da curiosidade nas interações humanas que formularam-se todas as teorias utilizadas ou até mesmo já abandonadas em psicologia, e, por se tratar esta de uma ciência "diferente", questionada por diversas vezes antigamente, e ainda vista com muito preconceito nos dias atuais, faz-se indispensável a constante pesquisa e comprovação e reformulação de tais teorias, além de obviamente, a extrema necessidade de que se encontre novas formas de olhar o Homem.
Tal escassez na publicação de novas teorias, principalmente com base em nosso contexto brasileiro, e por que não em uma visão mais macro, latino-americano, leva nosso continente a um atraso preocupante em relação ao conhecimento já adquirido em países europeus e nos Estados Unidos.  Acredito que os arquivos que eventualmente disponibilizarei para download deva servir unica e exclusivamente como base para nossos próprios pensamentos, ao estudarmos a psicanálise de Freud e Jung, por exemplo, ou o Behaviorismo Radical de B.F. Skinner, devemos acima de tudo absorver ao máximo as idéias expostas, porém, sem esquecermos do contexto em que os autores estavam inseridos, lidando com uma psicologia embrionária até então e, principalmente, na diversidade cultural da sociedade da época para a nossa. Sem contar é claro, as diferenças histórico-sociais que separam, em distâncias  muito maiores do que os oceanos nos dividem, fazendo com que seja de suma importância, além da leitura pura das publicações, uma adaptação por parte de cada um de nós, ao nosso contexto.

                                  Boa Leitura a todos. Comentários, críticas e colaborações serão sempre bem vindas.


PS* Escrevi este pequeno texto na idéia embrionária da criação de um Blog... Não sabia direito sobre o que iria falar, Tão pouco que publicaria as poesias que por ventura escrevo... Ele está meio perdido por aqui... Mas não diferente de todas as outras linhas constantes do Blog, também expressa sentimentos, e reflexões acerca de uma atividade que domina grande parte do meu dia... O estudo da Psicologia. Portanto.. A postagem fica!!
Descoberta

Aguça-me os sentidos
Sobrepõe-se as catéxias
Brigo... Juro que não as tenho
Porém me pego preso
em tal briga...tão intenso
que penso... o que sois tú senão uma própria?