sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A sensação de uma experiência traumática,
Aviva a sensibilidade emocional.
Traz-me lembranças antigas
As quais antes eram de significados parcos,
Agora revitalizam pensamentos e sonhos que há tempos foram despojados.
Vem a mente uma casa antiga,
Não antiga de construção, tampouco vista a tanto tempo assim.
A casa que me traz a memória e os sentimentos
Trata-se de uma morada que nem sabe ser morada.
É nela que habitam aqueles meus sentimentos que se trancaram,
Aqueles que em outras ocasiões busquei resgatar,
Mas que mesmo com todos os esforços e auxílios,
Incentivos e gratificações... Nunca consegui reviver.
Esta casa nunca foi habitada de verdade,
Cheguei a arrumar seu jardim, armei e pintei sua cerca,
Passei um bom tempo convencido de que se fizera a hora de mudar-me para lá,
Porém, como nunca havia passado porta a dentro, qual não foi minha surpresa,
Quando me deparei com um enorme e bonito edifício sem chão!
Hoje, consigo ao menos rever a tal casa,
E realmente acredito na possibilidade de poder um dia habitá-la,
Mas desta vez, não vou pensar em limpar as cercas que o tempo castigou,
Ou refazer o Jardim que tornou-se mato!
Cuidarei do chão, arrumarei o piso e as paredes laterais,
Pensarei nos locais adequados para instalar as janelas, pois é apenas de dentro que se vê o real valor do jardim.
Instalado na varanda, conto estrelas ao invés de carneiros,
Até os gosto, mas irritam-me quando ao pular a cerca derrubam seus pêlos sobre mim!
Deito aqui, divago taciturno... Na certeza de que finalmente reencontrei minha morada!

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