quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O lamento de um réu confesso.

Sentado nos degraus da escada de casa,
Com a lua fervente enxugando as lágrimas rolantes de um coração machucado,
Refaço meus planos, excluo pessoas, alimento esperanças
Pra mais tarde deixá-las, por aquele sempre impiedoso e adorável chamado.

As lágrimas nem são mais tão resistentes assim,
Agora sequer chegam a marejar meus olhos já cansados,
Nascem no peito, e ali mesmo evaporam, sem se fazerem perceber
Condensam-se, e exatamente como ocorre com a chuva, 
Voltam à superfície, não com a tranqüilidade de uma torrencial tempestade de verão,
Tampouco em forma de garoa fina que saúda as manhãs do inverno,
Reaparecem já em forma de poesias, que travestidas de obras sutis e descompromissadas
Vão levando a cabo, as camadas de disfarce deste escritor já descuidado!

Corri, tentei ver o fenômeno ocorrendo por dentro,
Dei de cara com um universo até então desabitado,
Desabitado de consciência, pois de vultos e seres turvos,
Este ambiente está na verdade mais do que superlotado!

Começo a perceber o porquê dessas angustias sem fim,
Consigo sentir facilmente que falta uma parte de mim, num canto a esperança,
Escurecida por camadas de luz negra, jaz atualmente sob um peso inaguentavel,
Ruiu aos pés das visões, e da auto natureza insone!

Coisas de bicho Homem, ouvi certa vez de um amigo que se dizia na lama,
Nunca assim a vi, discordo de sua interpretação unilateral, vazia,
Afinal, se a falta dela causa tanta tristeza, trunca a alma, entedia o dia
Por que simplesmente não dessoterrá-la dos fardos da mente humana? 

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